quarta-feira, novembro 26, 2008
...and regarding OF...
... Só faço mesmo este comentário: perguntem pela intervenção do Dr. Pedro Freitas, representante da OF, no I Encontro Nacional de Gestão do Risco e Farmacovigilância, organizado pelo INFARMED, I.P., no passado dia 14 de Novembro.....................What the hell?! ..................................
JUPITER aqui tão perto...
NEJM, 359(21):2195-2207
NEJM, 359(21):2280-2282 (Editorial)
Começando pelo princípio:
JUPITER, acrónimo para “Justification for the Use of Statins in Prevention: an Intervention Trial Evaluation Rosuvastatin”, cuja hipótese de investigação foi “O tratamento com rosuvastatina, 20 mg/dia, diminui ou não a taxa de ocorrência de eventos cardiovasculares major?”
Características do estudo: estudo aleatório, duplamente-cego, controlado e multicêntrico; avaliados 17.082 indíviduos, igualmente distribuídos por homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 60 anos, com determinações de LDL inferiores a 130 mg/dl e valores de PCR de alta sensibilidade iguais ou superiores a 2 mg/dl; com follow-up médio de 1,9 anos. (Tendo em consideração que a PCR de alta sensibilidade acima de 2 mg/dl é considerada um factor de risco cardiovascular, facto que, confesso, desconhecia…Talvez devido à visita fugaz ao serviço de Cardiologia!!!! ;-) )
Os resultados foram: redução significativa da ocorrência de eventos cardiovasculares major para o grupo da rosuvastatina (142 vs 251).
O estudo criou tal histerismo na comunidade científica, que ninguém tem dúvidas que vai revolucionar o modo actual de intervir no tratamento das dislipidemias. Resta saber se estes resultados vão ser extrapolados para outras estatinas, tendo em conta que a rosuvastatina é uma das estatinas mais caras do mercado e ainda sem genéricos…
Ou seja, este estudo surge na lógica já há muito prevista por nós, núcleo duro, de que as guidelines para intervenção farmacológica para o tratamento das dislipidemias iriam ser “pressionadas” de forma a que os valores recomendados para o início de tratamento com estatinas fosse cada vez mais baixo… Bom, não corrobora totalmente porque, é um facto que este estudo vem revolucionar as guidelines, não no sentido de baixar valores de LDL para iniciar farmacoterapia mas VAI MAIS LONGE: na prevenção, toca de tomar uma estatina!!! Gotcha? Perdoem-me estes rasgos de linguagem grosseira no meio de uma discussão científica, mas o nosso blog é mesmo assim, certo? Demonstrar que a irreverência também tem neurónios!
Não hesitem em ler a crítica ao estudo no editorial do NEJM da autoria do Dr. Mark Hlatky, que coloca questões muito interessantes, nomeadamente:
- a incidência significativamente superior de aumento da hemoglobina glicosilada e de diabetes no grupo tratado com rosuvastatina;
- a ausência de dados sobre a segurança na redução dos níveis de LDL para valores inferiores de 55 mg/dl;
- o valor da determinação da PCR de alta sensibilidade como factor independente e individual predictivo do risco cardiovascular, bem como a sua relevância nas manifestações clínicas (por exemplo, a doença coronária é afectada por muitos outros factores);
- a ausência de comparação com indivíduos com PCR de alta sensibilidade abaixo dos 2 mg/dl;
- o provável exagero da interpretação dos dados, baseada em métodos pouco rigorosos.
E eu acrescento: estatina - melhor prevenção que modificação de estilos de vida? … Talvez mais “fácil” mas mais cara também…
Ah…Escusado será dizer: o estudo foi patrocinado pela AstraZeneca.
…
Let´s the games begin!
PS: Qualquer incoerência na tradução EN-PT, por favor, não me linchem! Lancem!
NEJM, 359(21):2280-2282 (Editorial)
Começando pelo princípio:
JUPITER, acrónimo para “Justification for the Use of Statins in Prevention: an Intervention Trial Evaluation Rosuvastatin”, cuja hipótese de investigação foi “O tratamento com rosuvastatina, 20 mg/dia, diminui ou não a taxa de ocorrência de eventos cardiovasculares major?”
Características do estudo: estudo aleatório, duplamente-cego, controlado e multicêntrico; avaliados 17.082 indíviduos, igualmente distribuídos por homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 60 anos, com determinações de LDL inferiores a 130 mg/dl e valores de PCR de alta sensibilidade iguais ou superiores a 2 mg/dl; com follow-up médio de 1,9 anos. (Tendo em consideração que a PCR de alta sensibilidade acima de 2 mg/dl é considerada um factor de risco cardiovascular, facto que, confesso, desconhecia…Talvez devido à visita fugaz ao serviço de Cardiologia!!!! ;-) )
Os resultados foram: redução significativa da ocorrência de eventos cardiovasculares major para o grupo da rosuvastatina (142 vs 251).
O estudo criou tal histerismo na comunidade científica, que ninguém tem dúvidas que vai revolucionar o modo actual de intervir no tratamento das dislipidemias. Resta saber se estes resultados vão ser extrapolados para outras estatinas, tendo em conta que a rosuvastatina é uma das estatinas mais caras do mercado e ainda sem genéricos…
Ou seja, este estudo surge na lógica já há muito prevista por nós, núcleo duro, de que as guidelines para intervenção farmacológica para o tratamento das dislipidemias iriam ser “pressionadas” de forma a que os valores recomendados para o início de tratamento com estatinas fosse cada vez mais baixo… Bom, não corrobora totalmente porque, é um facto que este estudo vem revolucionar as guidelines, não no sentido de baixar valores de LDL para iniciar farmacoterapia mas VAI MAIS LONGE: na prevenção, toca de tomar uma estatina!!! Gotcha? Perdoem-me estes rasgos de linguagem grosseira no meio de uma discussão científica, mas o nosso blog é mesmo assim, certo? Demonstrar que a irreverência também tem neurónios!
Não hesitem em ler a crítica ao estudo no editorial do NEJM da autoria do Dr. Mark Hlatky, que coloca questões muito interessantes, nomeadamente:
- a incidência significativamente superior de aumento da hemoglobina glicosilada e de diabetes no grupo tratado com rosuvastatina;
- a ausência de dados sobre a segurança na redução dos níveis de LDL para valores inferiores de 55 mg/dl;
- o valor da determinação da PCR de alta sensibilidade como factor independente e individual predictivo do risco cardiovascular, bem como a sua relevância nas manifestações clínicas (por exemplo, a doença coronária é afectada por muitos outros factores);
- a ausência de comparação com indivíduos com PCR de alta sensibilidade abaixo dos 2 mg/dl;
- o provável exagero da interpretação dos dados, baseada em métodos pouco rigorosos.
E eu acrescento: estatina - melhor prevenção que modificação de estilos de vida? … Talvez mais “fácil” mas mais cara também…
Ah…Escusado será dizer: o estudo foi patrocinado pela AstraZeneca.
…
Let´s the games begin!
PS: Qualquer incoerência na tradução EN-PT, por favor, não me linchem! Lancem!
Effect of Atorvastatin on the Pharmacokinetics and Pharmacodynamics of Prasugrel and Clopidogrel in Healthy Subjects
Já que o Pocoyo começou... vamos lá ver o que têm a dizer deste ensaio clínico. Para mim é, à primeira abordagem, para rir... e sai publicado na Pharmacotherapy....
Effect of Atorvastatin on the Pharmacokinetics and Pharmacodynamics of Prasugrel and Clopidogrel in Healthy Subjects
Study Objective. To investigate the potential effect of atorvastatin 80 mg/day on the pharmacokinetics and pharmacodynamics of the thienopyridines prasugrel and clopidogrel.
Design. Open-label, randomized, crossover, two-arm, parallel-group study.
Setting. Single clinical research center in the United Kingdom.
Participants. Sixty-nine healthy men aged 18–60 years.
http://www.atypon-link.com/PPI/doi/abs/10.1592/phco.28.12.1483
Cumprimentos, JFP
Effect of Atorvastatin on the Pharmacokinetics and Pharmacodynamics of Prasugrel and Clopidogrel in Healthy Subjects
Study Objective. To investigate the potential effect of atorvastatin 80 mg/day on the pharmacokinetics and pharmacodynamics of the thienopyridines prasugrel and clopidogrel.
Design. Open-label, randomized, crossover, two-arm, parallel-group study.
Setting. Single clinical research center in the United Kingdom.
Participants. Sixty-nine healthy men aged 18–60 years.
http://www.atypon-link.com/PPI/doi/abs/10.1592/phco.28.12.1483
Cumprimentos, JFP
sábado, novembro 22, 2008
ESTOU DE VOLTA!!!!!
Cansei-me desta inércia.
Vou reactivar este blog, que tanto fez para que todos os assuntos que realmente interessam aos farmacêuticos fossem discutidos de uma forma séria e justa.
Para abrir as hostilidades vou lançar o tema:
ELEIÇÕES NA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS?
Na minha opinião é urgente que o clima de anarquia que se vive na OF seja ultrapassado. Para isso parece-me que a única saída seria a actual Bastonária convocar eleições antecipadas, assim quem saísse vencedor do próximo acto eleitoral teria toda a tranquilidade para limpar a casa e tornar a fazer com que os farmacêuticos se revejam na sua Ordem.
Vou reactivar este blog, que tanto fez para que todos os assuntos que realmente interessam aos farmacêuticos fossem discutidos de uma forma séria e justa.
Para abrir as hostilidades vou lançar o tema:
ELEIÇÕES NA ORDEM DOS FARMACÊUTICOS?
Na minha opinião é urgente que o clima de anarquia que se vive na OF seja ultrapassado. Para isso parece-me que a única saída seria a actual Bastonária convocar eleições antecipadas, assim quem saísse vencedor do próximo acto eleitoral teria toda a tranquilidade para limpar a casa e tornar a fazer com que os farmacêuticos se revejam na sua Ordem.
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