O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) realizou mais uma vez o Relatório de Primavera de 2006. À primeira vista, quase que parece nome de romance, mas a história é outra... A comunicação social já se encarregou de divulgar um dos assuntos mais controversos resultantes desta análise: o facto dos MNSRM estarem a ser vendidos a preços superiores nas instituições que não farmácias. Só por si, já é assunto para comentar... Mas ao ler o relatório na diagonal, deparam-se outras questões prementes, que não devem passar em branco. São elas:
- "... De acordo com a distribuição geográfica encontrada, os pedidos de registo de instalação (dos estabelecimentos comerciais para venda de MNSRM) concentram-se nos distritos mais populosos e com maior concentração de farmácias." - alguém tem noção disto? onde está o estandarte tão badalado da acessibilidade ao medicamento?
- " ...O alargamento dos locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica acarreta obrigações legais e novos desafios ao sistema de farmacovigilância com acrescidas necessidades de mais informação e de maior transparência. Porém, não encontrámos informação sistematizada sobre indicadores de desempenho do sistema
português de farmacovigilância." - onde é que já ouvimos isto?...
- "... A insensibilidade patenteada sobre questões como a relação benefício/risco dos medicamentos, sobre a iatrogenia medicamentosa como causa de morbi-mortalidade e de acrescido consumo de recursos em saúde para além da ausência de preocupação sobre se elevadas taxas de exposição populacional aos medicamentos,
particularmente quando não sujeitos a receita médica, poderão constituir um problema de sáude pública, torna desinteressante qualquer análise sobre os valores adiantados pelo Presidente da AdC." - a Autoridade da Concorrência (AdC) não apresentou qualquer resolução/solução para estes potenciais (quase existentes) problemas de saúde pública.
E com estas vos deixo...
quarta-feira, junho 28, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Como sabemos o AdC é a voz do dono, portanto só vai falar o que lhe aprouver. Julgo também que a questão da Brisa foi uma machadada importante para a AdC. Em relação à distribuição geográfica era de prever que assim acontecesse. A concorrência é sempre maior onde os intervenientes acham que é mais viável investir. E leia-se viável = rentável. Portanto é nas zonas mais populosas e mais "ricas" que o investimento irá sempre cair.
Enviar um comentário