Encontra-se em avaliação o pedido de comparticipação do ranelato de estrôncio, aprovado na UE para o tratamento da osteoporose pós-menopausa.
Até à data não conheço qualquer estudo controlado com comparador activo. Há 2 ensaios clínicos com os acrónimos de SOTI e TROPOS.
Vou tentar encontrá-los e comentá-los.
Agradeço colaboração para conjuntamente discutirmos se se trata ou não de uma inovação e qual o lugar do ranelato de estrôncio na farmacoterapia.
# posted by guidobaldo @ 4:07 PM
Comments:
Há este artigo no NEJM que disponibilizo para quem queira sacar: Strontium Ranelate
É um ensaio clínico phase 3. Creio que é o SOTI.
E voltamos ao mesmo. O estudo é feito versus placebo.
# posted by JFP : 4:50 PM
Vamos estudar e estar atentos à decisão de comparticipação: comparador e preço.
# posted by fbm : 4:57 PM
Não resisto.. e coloco mais este link: link Página da EMEA, para nos ajudar no estudo.
# posted by JFP : 5:00 PM
Obrigado.
# posted by fbm : 5:05 PM
Encontri mais dois ensaios clínicos. O STRATOS e o PREVOS. Mas só consigo ter o artigo completo do STRATO. Alguém arranja o PREVOS?
# posted by JFP : 7:33 PM
Acabei de encontrar o TROPOS.
# posted by JFP : 9:31 PM
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6 comentários:
Alguém arranja este artigo?
Strontium Ranelate Reduces the Risk of Vertebral and Nonvertebral Fractures in Women Eighty Years of Age and Older
Ego Seeman, Bruno Vellas, Claude Benhamou, Jean Pierre Aquino, Jutta Semler, Jean Marc Kaufman, Krzysztof Hoszowski, Alfredo Roces Varela, Carmelo Fiore, Kim Brixen, Jean Yves Reginster, Steven Boonen
Journal of Bone and Mineral Research, July 2006, Vol. 21, No. 7, Pages 1113-1120
Relativamente à comodidade da toma semanal fica sem dúvida a perder.
Para veres como definiram a dose do RS podes ler deves ler o STRATOS, Ensaio clínico de fase 2. Encontra-lo em http://jcem.endojournals.org
Em relação à não publicação do TROPOS no NEJM uma vez que é posterior ao SOTI, não deixa de ser curioso. No entanto, creio que haja explicação para tal facto.
Postmenopausal Osteoporosis and Strontium Ranelate
To the Editor: Meunier et al. (Jan. 29 issue) studied the effects of strontium ranelate on the risk of vertebral fracture in women with postmenopausal osteoporosis in a placebo-controlled trial. We are surprised by their statement, "To date, no deleterious effects on the primary or secondary mineralization of bone in laboratory animals or humans have been reported." We found an association between increased levels of bone strontium and osteomalacia in patients undergoing dialysis.2 A worldwide epidemiologic study showed that patients undergoing dialysis were at risk for strontium accumulation.3 The role of strontium in the development of osteomalacia was demonstrated in a rat model of renal failure4,5 and was reproduced in vitro.6 These data are relevant because the target population of patients consists mainly of elderly women whose renal function is already reduced. As mentioned in the accompanying editorial by Fuleihan,7 the use of strontium for osteoporosis in the 1950s was associated with mineralization defects. Although strontium ranelate may have therapeutic potential, the risk of mineralization defects in patients with reduced renal function should be mentioned.
Ver aqui tudo:http://content.nejm.org/cgi/content/full/350/19/2001
http://content.nejm.org/cgi/content/full/350/19/2001
Ranelato de estrôncio - Novidade ou mais do mesmo?
De início pensei que tendo o estrôncio propriedades "bone seeking" que seria claramente uma mais valia, pois permitiria veicular (puxar, empurrar) uma molécula que ao ser direccionada teria assim mais e melhores resultados no tratamento da osteoporose. Mas na realidade o ácido ranélico apenas serve para criar o melhor compromisso em termos de pesso molecular, farmacocinética e aceitabilidade do medicamento (in RCM Protelos). É exactamente ao contrário. Assim o estrôncio é melhor absorvido e o medicamento actua apenas devido ao estrôncio. Por pensar-se que terá tanto função inibitória como estimuladora a nível do osso esperavam-se bons resultados.
Em relação à dose escolhida podemos dizer que pela leitura feita do CT "STRATOS" podemos ver que a dose de 2g é sem dúvida a mais adequada, ficando apenas a dúvida em relação a resultados mais favoráveis com doses mais elevadas, uma vez que para as doses de 1g e 0.5g os resultados sejam idênticos (interessante foi ver que a BMD lombar aumentou com placebo - situação, por mim, inesperada) . Não vislumbrei também que fossem comparados os grupos a nível de toma diária vs toma bidiária.
Não tendo possibilidade de consultar o CT de Fase II "PREVOS" fico portanto com algumas reservas (dúvidas) em relação à escolha da dose.
Quanto à consulta dos ensaios de Fase III temos o seguinte: parece-me que os resultados a nível das fracturas vertebrais são idênticos aos das terapêuticas com bifosfonatos(SOTI). Quanto às fracturas não vertebrais parece-me haver alguma melhoria, parecendo-me no entanto discreta.
A escolha da toma diária em todos os ensaios feitos, Fase II e III é óbiva, mas parece-me que dever-se-ia ter feito CTs com toma semanal que traz muito mais comodidade ao doente e que é a posologia "standard" dos medicamentos de referência para a osteoporose.
Por último referência à segurança. Mostrou ser seguro e espero leitura do artigo "Strontium Ranelate Reduces the Risk of Vertebral and Nonvertebral Fractures in Women Eighty Years of Age and Older" para melhor poder avaliar quais as suas verdadeiras características a este nível. Mas parece-me que será aqui que o Ranelato de estrôncio se destacará dos demais.
Como outros dizem, esperamos por mais estudos para melhorar as nossas conclusões.
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