sexta-feira, abril 20, 2007

As farmácias

Parece que é desta vez que o Governo, com a autorização da Assembleia da República vai “atacar” a propriedade das farmácias pelos farmacêuticos. Seguindo a tradicional medicocridade portuguesa de não suportar nada que funcione bem e tenha sucesso, não descansando enquanto tal anómala situação não desapareça, tudo se prepara para tornar a propriedade das farmácias livre, podendo, quem assim o quiser e puder, adquirir e explorar até quatro farmácias. Em perfeita sintonia com esta democracia de opinião em que todos emitem juizos sobre o que não sabem, julgando, louvando ou condenando sem pudor nem vergonha, um “Sobe e Desce” do “Público” de há dias, condenava, com fotografia e tudo, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Prof. Aranda da Silva, por este ter proposto que, pelo menos, os farmacêuticos tivessem a maioria do capital das farmácias, o que, evidentemente, mereceu fogueira do jornalista, por, e cito “os monopólios e os sectores protegidos da concorrência são um local muito confortável, não admira, por isso, que quem lá está não queira abrir mão desses paraísos, como agora acontece com a Ordem dos Farmacêuticos”.E vai daí, penas do infernpo para a Ordem e o bastonário que está defender previlégios iníquos. Será que não passa pela cabeça desta criatura, com certeza jornalista senior de um jornal de prestígio, que há muita gente, felizmente, que não é movida só pelos meros interesses económicos e que um Bastonário tem o direito, e nós o dever, de ser ouvido e discutido sem reservas mentais? E o que se pode dizer sobre esta iniciativa dos políticos de retirarem aos farmaceuticos a propriedade do seu lugar de trabalho, do seu “consultório”, do “seu escritório”, como sucede com médicos, advogados e tantos outros? Primeiro que tudo, que é extemporãneo, porque não existe qualquer situação-problema, o universo das farmácias funciona bem, é constituido por cerca de tres mil empresas familiares, sem possibilidade de criação de oligo ou monopólios e baseado, apenas, no “monopólio” da competência, tal como a medicina é monopólio dos médicos, a justiça dos magistrados e advogados ou a enfermagem dos enfermeiros.Podia ser de outra maneira? Claro que podia. Estes sectores podem estar abertos, como agora o Governo quer, a quem quiser investir no sector, respeitando as exigências profissionais, mas abrindo-se ao mercado e às leis que o regem, com concorrência, saldos, descontos e tudo o que o mercado permite com um qualquer produto.Mas, no caso das farmácias, e agora só nos interessa discutir este sector, que vantagens traria destruir um universo em que proprietário e técnico se reunem na mesma pessoa, numa tradição de gerações, com óptimos resultados, em que a aquisição de qualquer medicamento é fácil, a sua boa armazenagem é garantida, onde a informação e o aconselhamento é permanente e em que a distribuição espacial no território é total, numa rede que dota o país de uma farmácia para quatro mil portugueses?Que princípio gestionário ou ideológico levará os políticos do Governo e da maioria que o apoia a querer modificar, sem nenhuma razão aparente, sabendo dos resultados perniciosos que medidas semelhantes causaram nos paises que as tomaram (aparecimento de oligopólios, passagem dos farmacêuticos a empregados, desaparecimento das PME que eram as farmácias familiares), conhecendo a boa qualidade dos serviços prestados pela actual forma de organização do sector em Portugal, que princípios políticos e gestionários, repito, tornam necessárias, úteis e tempestivas as medidas projectadas?Nenhuns, excepto o darem à má opinião pública que os “Sobe e Desce” dos jornais alimentam a satisfação ridícula de verem desaparecer o que acusam de privilégios.Curiosamente, esta razão de ”esquerda”, natural numa tacanha visão socialista da sociedade, conduz os mesmos socialistas a tomarem uma medida liberalizadora do mercado social dos medicamentos que só a pior “direita” iliberal pensaria.Ainda se poderia admitir que o Governo facilitasse o mercado a mais farmacêuticos, diminuindo o ratio de 4000 habitantes por farmácia para valores mais baixos e abrindo concursos a novos proprietários farmacêuticos ou que, como sugeriu o Prof. Aranda da Silva, obrigasse a que, pelo menos 50% do capital das farmácias, pertencesse a farmacêuticos, mas não.O que o Governo quer é desfazer previlégios que considera inaceitáveis, nem que disso resultem malefícios para o cidadão, que verá modificar-se seguramente o ambiente em que é prestado o serviço nas farmácias.Porque numa altura em que se estão a criar, e muito bem, as Unidades de Saúde Familiar (USF), o que deveria ser desenvolvido era a colaboração acentuada e essencial das farmácias no seguimento, apoio e vigilância do tratamento dos seus clientes, a sua ligação íntima às equipas médicas que os tratam e o cumprimento do “Compromisso com a Saúde” assinado em 2006.Em vez disso, desfazem-se previlégios em bom espirito igualitário da fasquia baixa que impera na nossa sociedade, feliz por ver acabar esses monopólios que fazem com que, como afirma, seguro de si, o jornalista do “Público” “...quem lá está não queira abrir mão desses paraísos...”!Assim vai o País!

Paulo Mendo, Médico e ex-Ministro da Saúde

quarta-feira, abril 18, 2007

ROSUVASTATINA

Segundo a análise da Prescrire, estamos perante um fármaco que:

- apresentou, no seu 1º ano no mercado, uma taxa de notificação de reacções adversas superior à Sinvastatina, Pravastatina e Atorvastatina (SPA)
- maior frequência de Efeitos Secundários a nivel Hepático em relação a SPA
- mais casos de rabdomiólise
- mais casos de insuficiência Renal
- mais efeitos secundários a nivel muscular (outros que não rabdomiólise)

Durante o 1ºano de mercado nos EUA, a Rosuvastatina foi responsável por 15 casos de rabdomiólise e insuficiência Renal por milhão de prescrições.

Comparando com a Cerivastatina (retirada do mercado) durante o seu 1º ano de mercado, a rosuvastatina apresentou uma maior incidência de reacções adversas, mas a rabdomiólise foi mais frequente com a Cerivastatina.

Para acabar, deixo-vos com a conclusão da Prescrire:

"In practice, it is best to use the two best-assessed statins: Simvastatin and Pravastatin."

Este post é dedicado ao Guidobaldo. LOL.

sábado, abril 14, 2007

"Paying for Drug Approvals — Who's Using Whom?"

Este título é de um artigo do nejm. É uma excelente pergunta e que nos EUA está na ordem do dia, pois com a provável renovação da autorização, pelo Congresso, da Prescription Drug User Fee Act (PDUFA) e com a experiência dos primeiros 5 anos, é legítimo que perguntemos quem é que se está a servir de quem.

Aquilo que, no meu ponto de vista, parecia ser uma medida correcta. Colocar a IF a pagar elevadas taxas, para financiarem mais ensaios clínicos de segurança pós marketing, está a revelar-se um fiasco, senão vejamos:

- Não aumentou o nº de medicamentos retirados do mercado, desde a implementação do PDUFA.
- A taxa de aprovação de novos medicamentos cresceu.

O dinheiro da PDUFA, provavelmente está a ser usado para acelerar os processos de aprovação e não para a realização de estudos de segurança pós marketing.


Depois de ter visto o programa da SIC noticias, 60 minutos, que fala das relações obscuras da IF com os Congressistas.

Depois de lêr, no nejm isto:

"One FDA
scientist who was often criticized
for being too concerned about
drug-risk data was told by his supervisor
to remember that the
agency’s client was the pharmaceutical
industry. “That’s odd,”
he replied. “I thought our clients
were the people of the United
States.” Other agency staffers report
pressure to rush through the
drug-approval process, although
the FDA’s regulatory review times
are already among the shortest in
the world."

Questiono..........

- Será que os estados sem as taxas cobradas à IF conseguem levar a cabo todo o trabalho necessário para defender os interesses dos doentes?

- Será que pelo facto de a IF pagar, tem o direito de pressionar?

- Porque será que os funcionários das agências de Medicamentos se deixam pressionar?

A minha opinião é:


No meu ponto de vista, a IF deve pagar (e bem), para se poder levar a cabo uma série de RCT (pós marketing) que deveriam ser obrigação da IF, mas que na maioria das vezes não são realizados. O cerne da questão está nas agências e nas pessoas que as dirigem, não é admissível que a IF pressione as agências, nem que as agências se deixem pressionar pela IF. Não se pode continuar capturado pela IF e achar que é normal, que não Há nada a fazer. Se querem vender têm que pagar e esse dinheiro deve servir para realizar os ensaios de segurança de longa duração que a IF, na maioria dos casos não realiza.

quinta-feira, abril 12, 2007

Acreditação de cursos universitários.

A notícia de hoje de que a Universidade Fernando Pessoa (UFP) vai exigir indemnização de 10 M€ à Ordem dos Arquitectos por não acreditar o seu curso de Arquitectura (link, link, link, link, link) faz-me pensar que este é um tema importante a debater no período eleitoral que se aproxima. Há nas declarações do reitor da UFP o claro anseio de que se faça jurisprudência a partir deste caso.

"As ordens profissionais têm que se remeter ao seu papel, de supervisão deontológica e de avaliação de eventuais actos de negligência, e não de reconhecimento ou acreditação de cursos..."

Ora aqui cria-se, quanto a mim, um problema. No caso da OF, os estatutos referem a acreditação do curso como condicionante ao acesso do título de Farmacêutico. É aqui que surge a minha dúvida, ou seja, se as Ordem são "parte integrante" do Estado e vêm os seus estatutos consagrados e aprovados em Assembleia da República das duas uma: ou há estatutos ilegais/inconstitucionais ou a OA não tem estatutos que prevejam a acreditação.

Em qualquer dos casos parece-me pertinente que a OF reveja a sua posição em relação a este ponto e será sempre aconselhável que se precaveja.

Sr. Pinto de Sousa......dois anos de desgoverno


Na entrevista de hoje ao PM, AKA sr. Pinto de Sousa, queria só relevar 3 pontos (muitos mais ficarão para comentar):

Têm por mau hábito pressionar a Comunicação Social com telefonemas directos aos responsáveis editoriais quando a situação lhe é adversa,

Demonstra alguma falta de carácter quando omite sua situação académica divulgada nos currículos dos cargos do estado, como se o grau académico fosse requisito imprescindível para exercer as suas funções que foram conquistadas por maioria em sufrágio popular,

Apoiou-se em decisões dos anteriores governos para sustentar a continuidade de algumas opções políticas de credibilidade duvidosa (…. leia-se OTA).

quarta-feira, abril 11, 2007

Costas laaaargas!!!

Guidobaldo:

Opinar sobre a profissão de farmacêutico tornou-se desporto de alguns. Vamos ver se não teremos de começar a opinar sobre outras profissões. Apesar de termos as costas largas, não somos propriamente sacos de treino de boxe. Se o padrão da terapêutica medicamentosa é o que é, provavelmente deve-se às margens das farmácias. Se há falhanços redondos no desempenho de hospitais, provavelmente deve-se aos farmacêuticos hospitalares. As colossais fortunas gastas pelo Ministéro da Saúde em sistemas ditos de informação e que pura e simplesmente não existem, devem-se à ANF. A permissividade dos hospitais à entrada de tecnologias de duvidoso e nunca demonstrado valor acrescido deve-se ao Núcleo Duro de Farmácia.

Os "numerus clausus" de medicina não têm qualquer impacto no sistema e nos serviços de saúde.

As vagas de acesso às especialidades médicas não têm modulado a decisão política ao longo dos anos.

A existência de escola privadas em todos, TODOS, os cursos de saúde, com excepção de Medicina é um mero acaso.

O facto do preço médio da consulta médica (privada) em Portugal estar muito acima da média da UE a 15 e da OCDE deve-se a um excesso de oferta.

A "cunha" deixou de ser um critério de internamento hospitalar.

A auditoria clínica é uma prática de rotina para a melhoria contínua da qualidade.

O erro médico só existe nos Estados Unidos da América.

De facto para alguns, médicos e não só, farmacêuticos é o que está a dar.

JANUVIA- Blockbuster ou "nothing new"


Foi aprovada no passado dia 21 a AIM da sitagliptina (JANUVIA®) da MSD, pela EMEA, a qual já tinha sido aprovada pela FDA em Outubro do ano passado.
Nessa altura o Núcleo debruçou-se sobre esta nova molécula, questionando se seria ou não um verdadeiro avanço terapêutico.

O Destaque da Semana... hoje que é Quarta-Feira!

Esta situação teve início quando JC (não eu... o "big shot") reagiu de maneira intransigente, musculada e porventura intempestiva, aquando da proposta do governo de então, abrir as famosas farmácias sociais. O resultado dessa "revolta" das farmácias foi o do ódio visceral de alguma classe política que à hora certa jurou vingança. Pois ela aí está. Talvez uma estratégia de "low profile", "de toma lá, dá cá" na altura pudesse ter sido mais proveitosa, mas não foi essa a opção tomada. Desde então a estratégia têm sido outra, a de minimizar o prejuízo. Do mal, o menos. Entre negociatas, politiquices, avanços e recuos, chegámos a um novo ciclo. Como o Guidobaldo muito bem referiu no seu texto, a estratégia falhou; ou nunca existiu verdadeiramente. Pois bem, é hora de reunir as hostes e definir o que queremos para o futuro. Com novos players a entrar no mercado, os farmacêuticos e as farmácias não podem continuar a viver na conjuntura dourada dos anos 90. A diferenciação fará a força. Neste aspecto, terá fundamental relevância a OF, no papel do seu novo bastonário. O caminho não pode ser só traçado pela visão empresarial da ANF, mas também pela maior e melhor formação técnico-científica (pré e pós-graduada) alavancada pela ordem e instituições académicas. Uma verdadeira e séria integração das farmácias no actual modelo do serviço nacional de saúde suportada pelo acto farmacêutico, pelos serviços complementares e não só pela mera margem de venda do medicamento no acto da dispensa, acrescentaria à farmácia e ao farmacêutico uma verdadeira credibilidade política, profissional e social. Esta poderá ser uma visão utópica do rumo a tomar, mas com certeza seria uma mais-valia indiscutível.

domingo, abril 08, 2007

Inica-se hoje a semana que abre um novo ciclo político....

Guidobaldo:

Inica-se hoje a semana que abre um novo ciclo político para a profissão farmacêutica, as farmácias e os medicamentos. Polémico quanto baste - quantas vezes a decisão está mal ou insuficientemente fundamentada - eivado de ressentimentos políticos, e mesmos de fantasmas, o país vai ter um novo quadro que nasce mal.

Não se identifica uma razão de saúde pública;

Não se diagnosticou correcta e coerentemente a(s) necessidade(s) de mudança de modelo e de paradigma;

Não se adiantaram necessidades objectivas do SNS;

A alternativa é como a pescada: antes de ser já o era;

Os julgamentos em praça pública foram um instrumento de acção política;

A demagogia do argumento prevaleceu sobre a racionalidade das opções;

O aparentemente fácil abriu caminho ao ilusoriamente óbvio.

Houve, por parte dos farmacêuticos enquanto profissão organizada, uma clara incapacidade de antecipação política. Quando em 2004 a OCDE aponta para a desregulação das farmácias e da PROFISSÃO FARMACÊUTICA como um dos instrumentos necessários à prossecução da reforma do sistema português de saúde, nenhuma organização profissional ou entidade regulamentar ou reguladora reagiu ou questionou o que quer que fosse.

Há, por parte dos farmacêuticos enquanto profissão organizada, uma evidente falta de estratégia profissional face às mudanças antecipadas.

Em 2 anos não se investiu o suficiente, e muito menos o necessário, para que a opinião pública alterasse o seu sentido de apreciação e as suas referências sobre as necessidades que a profissão deveria, perante a sociedade, verificar.

Fora da profissão poucos são (profissionais de saúde ou não) que sabem e valorizam o que é, o que se faz, como se faz, para quem e a quem se faz o trabalho numa e de uma farmácia.

A percepção continua a ser, agora com maior acentuação, a de um negócio.

Gestores e administradores em saúde, com formação base diversa e diversificada, olhem a concorrência pelo preço como uma mais valia para os doentes.

Médicos (hospitalares e de família)e Enfermeiros participam activamente numa acalorada discussão sobre os serviços que o Governo propôe à prestação pelas farmácias cuja perspectiva é, para estas, demolidora. É bom que disto haja consciência.

Os actos próprios definidores de cada e das diferentes profissões são confundidos, misturados e baralhados. Sempre com o ónus de que o melhor desempenho se mede pelo volume de vendas.

Espero não desmerecer a vossa melhor atenção e que a discussão prossiga, viva, mas ponderadamente conduzida, aqui, no NÚCLEO DURO.

quinta-feira, abril 05, 2007

A associação alendronato/colecalciferol chega à opinião pública...

Farmacêutica factura milhões com inovação duvidosa na osteoporose, in DN

"A farmacêutica Merck Sharp & Dohme, líder na venda de medicamentos para a osteoporose, está a facturar milhões de euros por ano com base numa 'falsa' inovação, que custa mais 12 euros por embalagem a cada doente do que o genérico. Ao Fosamax, a empresa adicionou a vitamina D (importante na absorção do cálcio), "que, na maior parte dos casos, é captada em quantidade suficiente com a mera exposição ao sol"...."

E quem terá levantado a lebre... agora já o mal está feito... ou será que o timing é o certo para despertar este tipo de sentimentos... é que vem aí uma baixa adicional de preços nos genéricos com maiores quotas de mercado... e quem está na primeira linha??? O alendronato... Ou será que é por a patente do alendronato ainda estar válida... Há aqui uma clara tentativa de denegrir a imagem da MSD que ainda lhe resta... também depois do efeito vioxx!!!

Parlamentos Francês e Búlgaro rejeitaram hoje a liberalização da propriedade da Farmácia.

Eduardo Faustino:
"Participei num debate 25 de Março em Paris, no Pharmagora. A assistência eram farmacêuticos franceses, no debate participei eu, uma colega Norueguesa e dois colegas franceses e o moderador franceesO tema era Existirá uma excepção francesa?Basicamente eu apresentei a recente evolução no nosso país, quer sobre o ponto legislativo quer sobre os aspectos organizativos...Na altura trouxe uma revista com a posição dos principais candidatos às eleições presidenciais francesas sobre o tema da propriedade da farmácia ...Todos apoiam os Farmacêuticos franceses,...Só por cá que temos esta espécie de Imbeciloides governantis."

in "O Efervescente":
"Bulgária mantém propriedade exclusiva da farmácia pelo farmacêutico O governo búlgaro rejeitou uma proposta de alteração da Lei da Farmácia, que liberalizaria o sector. Caso passasse, a proposta permitiria que empresas e não farmacêuticos pudessem ser proprietários de farmácias. Esta notícia constituiu um duro golpe para a indústria farmacêutica do país, que estava na expectativa de que o processo de liberalização fosse avante, permitindo-lhe assegurar um papel mais activo no sector da farmácia. Na Bulgária, uma em cada três farmácias do país está integrada numa cadeia. Também há cadeias de farmácias independentes, bem como centrais de compras para farmacêuticos independentes. (fonte ANF)"

...

quarta-feira, abril 04, 2007

Censura!!

Obrigado Guidobaldo por publicar aqui o meu “post censurado”. Também concordo com muito do que aqui foi dito sobre o SaúdeSA e o Xavier, mas já temos 30 anos de democracia (!?!) e apesar disso para um farmacêutico continuar a escrever nesse blog terá que proceder como antigamente para se iludir o lápis azul dos coronéis.Já agora aproveito para enviar em primeira mão, porque começo a achar deveras interessante este blog, o post que provavelmente virá a ser censurado amanhã no Saúde SA...“A veia liberalizadora deste governo continua fiel ao socialismo póstumo e ao marketing político dos reality shows!Depois de terem passado meio mandato a alterar e a tentar destruir compulsivamente o que de melhor funcionava ao nível do Sistema de Saúde – a assistência farmacêutica à população – o XVII Governo Constitucional vai finalmente começar a preocupar-se com os reais problemas do povo português no tocante à saúde, voltando-se para os hospitais.A proposta de lei sobre a liberalização da propriedade dos hospitais do SNS, PL 6969/2007, já se encontra em fase final de preparação e será aprovada em conselho de ministros ainda antes da saída de Correia de Campos. Segundo a PL 6969/2007:1.º- Quem pode ser proprietário de hospitais do SNS (actualmente apenas o Estado):a) A Sonae, grupo Mello e grupo Espírito Santo se o hospital em questão der lucro.b) A CGD se o hospital em questão não der lucro nem prejuízo.c) As câmaras municipais, se o hospital em questão for completamente inviável mas puder ser transformado em empresa municipal e ainda existirem boys desempregadosd) O Governo Regional da Madeira se o hospital ainda não tiver sido inauguradoe) O Grupo Amorim se houver possibilidade de urbanizar o hospital ao estilo “Dolce Vita Hospitalaria”f) Gasolineiras abertas 24 horas por diag) Gasolineiras abertas das 6h às 24h desde que o hospital não tenha serviço de urgênciash) Stanley Ho, se houver espaço para fazer uma sala de slots antes da entrada da urgênciai) A Câmara de Faro e Loulé se o hospital em questão puder ser transferido para dentro do Estádio do Algarve2.º- Não podem deter ou exercer, directa ou indirectamente, a propriedade, a exploração ou a gestão de hospitais do SNS:a) O Estado, por ter sido manifestamente incapaz de o fazer durante 25 anos;b) A ANF, para não haver o risco de o hospital vir a ser bem gerido, as contas serem pagas a tempo e horas e os doentes andarem satisfeitos;c) Associações representativas dos AH, das empresas de importação de automóveis topo de gama ou das agências de viagens, ou dos respectivos trabalhadores aparelhistas;c) Funcionários públicos;d) Carolina Salgado, mesmo que prove que sabe escrever;e) Luis Arouca e Rui Verde em simultâneo no mesmo hospital;Limites:- Nenhuma pessoa singular ou sociedade comercial pode deter ou exercer, em simultâneo, directa ou indirectamente, a propriedade, a exploração ou a gestão de mais de quarenta hospitais. O Estado tentou e foi o que se viu.- Para o preenchimento do limite referido no número anterior não são consideradas as concessões de SAPs nos hipermercados Modelo/Continente, na Makro, Jumbo e IKEA bem como as “Espécie de SAP” dos Intermarché e Ecomarché recentemente negociados no interior do país.3.º- Locais de prestação de cuidados médicos ao público:a) Pelos hospitais, nas suas instalações, ao domicílio ou em hotéis, através da Internet ou por sms, mediante cobrança das novas taxas;b) Pelos SAPs ou “Espécie de SAP”, nas suas instalações ou na mercearia mais próxima, ao domicílio ou em hotéis, através da Internet ou por sms, mediante cobrança das taxas antigas.c) Pelas lojas e restaurantes chineses já inspeccionados pela ASAE após compras superiores a 5 eurosPrevê-se a prestação do serviço de assistência em viagem a doentes em férias se existirem ambulâncias/maternidade disponíveis. Haverá também dispensa de medicamentos em embalagens ovo kinder chocolate após as consultas.4.º- Dever de colaboraçãoa) Os hospitais colaboram com a Administração Pública, ou com o que dela restar, na formulação e na execução de uma qualquer política de saúde, designadamente nas campanhas e programas de desresponsabilização governamental face à saúde e sempre que esteja em causa promoção da saúde e a luta contra a doença, vulgo ANF.b) Os hospitais divulgam publicamente as unidades de medicamentos dispensadas e o respectivo preço de aquisição. c) Os hospitais vão deixar de utilizar computadores, para que a aquisição da CPCHS pela CONSISTE seja um flop e tramar a ANF.Esta versão final aguarda apenas que José Sócrates tire a licenciatura e que Correia de Campos tire o doutoramento para ser assinada num domingo durante a final da Taça de Portugal.”Cordiais cumprimentos aos participantes deste blog, a nossa classe farmacêutica tem aqui indubitavelmente alguns dos seus melhores elementos! :)

Praialusitana

segunda-feira, abril 02, 2007

Raul, Paul, Saul!!!

Porque um blog também serve para dar a conhecer estados de alma e disposições....

É que estou cansado do ver os nomes Paul, Saul e, principalmente, Raul mal escritos em toda a comunicação social... consultem o dicionário... até os há "online". De borla, "à borliu", não custam "nicles"... tipo PT "'tão a ver..."

Agora escrevam bem que eu explico mais uma vez, devaaaagaaariiiiinhoooo, RAUL, PAUL, SAUL!!! (Assim até as loiras compreendem!)

Núcleo Duro esteve lá!

EMEA: "30/03/07 - Press Release - European Medicines Agency recommends restricted use and strengthened warnings for Ketek "

Infarmed: "Alerta(s) de segurança (2007-03-29) - Ketek® – Restrição da utilização e reforço das advertências -
http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MAIS_ALERTAS/DETALHE_ALERTA?itemid=512970"


O Núcleo Duro esteve lá... Terça-feira, Fevereiro 27, 2007.

domingo, abril 01, 2007

Programa "Mais Saúde" da RTPN

Sobre o recente programa "Mais Saúde" da RPTN recebemos as seguintes opiniões:

"Ontem vi o programa. Com muita atenção. Vamos ver como decorrerão os próximos. Este parecia um excerto de um qualquer tempo de antena em período eleitoral. Manuel Delgado prestou vassalagem ao seu superior hierárquico e ditou, aparentemente (isto é sempre negociado previamente), o caminho do discurso de CC (digo discurso porque o contraditório foi miserável). Os outros intervenientes limitaram-se a fazer pedidos públicos para satisfazer os seus interesses próximos dando sempre algo em troca (Como o mundo é belo... está belo... e irá manter-se belo...).

Vejamos como serão os próximos e vejamos como aparece Manuel Delgado...
Será a sua rampa de lançamento?
Será que temos novo MS na forja?
Talvez para a próxima legislatura?

Certo, certo é que a máquina continua oleada... e Sócrates nisso tem mãos de ouro..." por JFP

"Se CC, mais o come(nta)dor dito residente tivessem vergonha, ontem à noite, em vez de branquear a governança do MS teriam discutido casos como este:

Um serviço de medicina e enfermagem ao domicílio a preços reduzidos vai estar disponível a partir de segunda-feira na Maia, numa iniciativa pioneira em Portugal promovida por quatro juntas de freguesia daquele concelho dos arredores do Porto, noticia a agência Lusa.

«Esta não é uma área da competência das juntas de freguesia, mas sentimos a necessidade das pessoas e sabemos que o Serviço Nacional de Saúde não lhes dá resposta cabal», afirmou hoje à Lusa Mário Gouveia, presidente da Associação de Freguesias do Vale do Leça (AVALE), que lançou a iniciativa.

Serviço quer combater falta de médicos de família

O lançamento deste serviço, assegurado nesta primeira fase por médicos e enfermeiros em regime de voluntariado, pretende combater a falta de médicos de família e a consequente necessidade dos utentes terem que se deslocar de madrugada aos centros de saúde para poderem ter uma consulta médica.

O novo serviço estará disponível a partir de segunda-feira nas freguesias de Águas Santas, Gueifães, Milheiros e Pedrouços, onde residem cerca de 53 mil pessoas, das quais 18 mil não têm médico de família, apesar desta zona do concelho da Maia possuir cinco centros de saúde.

Mensalidades de dois euros

Para ter acesso a este serviço é necessário o pagamento de uma mensalidade de dois euros, custando as consultas ao domicílio três euros (enfermagem) e cinco euros (medicina geral).

«Neste momento, temos cerca de mil pessoas inscritas no serviço, o que, naturalmente, está abaixo das nossas expectativas, mas estamos conscientes que há muita gente que vai estar atenta e ver o que isto vale antes de se decidir a inscrever», salientou Mário Gouveia.

«Para nós, o mais importante é prestar o serviço e resolver o problema das pessoas, não é o número de inscritos», acrescentou o responsável, admitindo que as inscrições podem atingir cerca de cinco mil pessoas a curto prazo.

A residência numa das quatro freguesias da AVALE e a inscrição prévia são condições essenciais para poder ter acesso a este serviço, bastando depois ligar para o número de telefone indicado, apresentar o problema e esperar pela chegada do médico ou do enfermeiro.

«O telefonema é atendido por um técnico de enfermagem, que faz uma análise da situação e encaminha o problema para um médico, se for necessário», frisou Mário Gouveia.

Nesta primeira fase, o serviço vai funcionar em dois pólos - Pedrouços/Águas Santas e Gueifães/Milheiros - com um médico e um enfermeiro por equipa, apoiados por uma viatura.

A segunda fase, que deverá arrancar dentro de dois meses, envolverá a abertura de uma clínica para prestação de cuidados médicos de especialidade, que ficará instalada na sede da Junta de Freguesia de Milheiros.

Medicina dentária, cardiologia, oftalmologia, ginecologia e obstetrícia são algumas das especialidades que deverão ser disponibilizadas na futura clínica." por guidobaldo

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