segunda-feira, outubro 16, 2006

OUTRA VEZ CONTEMPLADOS!!!!!!

CC, não nos larga. O orçamento de estado para 2007, já nos contemplou, vamos ter mais do mesmo, ou seja, as margens das Farmácias e dos grossistas vão baixar novamente. Parece que o pesadelo vai continuar e que nem depois do "acordo" com a anf, CC sossega na sua cruzada contra as Farmácias Portuguesas.

10 comentários:

JFP disse...

O que está a fazer é a estrangular a farmácia. O resultado será: menos investimento, menor gasto com pessoal, não admissão de farmacêuticos e por último decréscimo da qualidade do serviço. Mais uns anitos e veremos como as farmácias estarão.

Entretanto a IF passa em dois anos de 72% para 74.80% de margem. Em quem está o País nas mãos???

Deixemos passar isto e trabalhemos é para o País Real. CC um dia irá necessitar de um farmacêutico e, então, perceberá os erros que cometeu. É que quem lhe ira dar a mão não será de certeza a IF... ah... nem o Belmiro... claro.

Peliteiro disse...

jfp, não percebo os seus cálculos de margem. Aliás ainda não percebi se há apenas redução de preços ou se há redução de margens% e consequentemente de preços.
Não sei como foi calculado o ano passado.

JFP disse...

Com tempo vou explicar-lhe com muito gosto as minhas contas.
Agora, apressadamente, digo-lhe apenas que houve em 2006 e haverá em 2007 baixa de preços de 6% e alteração das margens. Ora, se descem as margens da farmácia e dos armazenistas, a margem da IF sobe!

Um abraço.

JC disse...

CC, JS e seus comparsas continuam presos ao monstro devorador q é a máquina do estado.

Com uma ultima oportunidade antes do próximo periodo eleitoral para apresentarem um orçamento responsável e compatível com o acelerar do crescimento na economia europeia, eis que surge este FLOP.

A despesa da máquina estatal (embora em percentagem do PIB desça - este é o argumento utilizado pelo governo) aumenta em valor real de 70 mil milhões de € (2006) para 72 mil milhões €(2007)

Não há vontade política apesar da conjuntura favorável para controlar a fome devoradora do monstro

Na saúde e para cumprir o orçamento, CC engendrou de maneira algo caricata algo que diz já ser feito noutros paises como a cobrança de taxas moderadoras no internamento e cirurgias em ambulatório. Mais uma vez os doentes arcam com o aumento da despesa.

As taxas de compartecipação dos medicamentos vão baixar em todos os escalões. Outra vez o doente a supurtar os custos da despesa pública.

2700 micro-empresas vão carregar grande parte do ónus do crescimento da despesa pública, nomeadamente na saúde, com uma nova descida das suas margens que são neste momento as mais baixas da europa dos 15.

A IF, mais uma vez saiu-se bem,só tendo que agradecer ao seu padrinho (ou direi subordinado?), visto que não vai sofrer com as alterações previstas (como não sofreu no ano passado)

A introdução de moléculas com elevado valor terapêutico têm sido quase nula em comparação com novas formas farmacêuticas com o intuíto de "escapar ao genérico" que têm vindo a prosperar. Mais uma vez o utente paga mais por menos.

De todas as sete alterações do orçamento de estado em relação á saúde, nenhuma delas é incumbida de controlar custos inerentes ao seu funcionamento,de reduzir o desperdício ou a despesa propriamente dita. Apenas se limitou a aumentar a contribuição de quem já contribui para ele.

Meus amigos passámos do tempo das vacas magras para o tempo das vacas anoréticas

NM disse...

Caro MSP,

Na pag. 29 do OE 2007, refere que a redução de preços em 6%, se vai fazer nos mesmos moldes do ano passado, ou seja, repartindo o sacrifico pelas farmácias, armazenistas e IF.

Antes destas reduções era assim:

Farmácias: 20%
Grossistas: 8%
IF: 72%

Depois do abaixamento de Setembro de 2005:

Farmácias: 19.15%
Grossistas: 7.45%
IF: 73.4%

Em Janeiro de 2007, pelas minhas contas, ficará:

Farmácias: 18.31%
Grossitas: 6.88%
IF: 74.81%

O governo reduz, em 6%, o preço dos medicamentos, mas por outro lado, aumenta a margem da IF, para compensá-los. Só as farmácias e os armazenistas é que ficam sempre a perder.

Vladimiro Jorge Silva disse...

Caros NM, JFP e Alvega: as vossas contas não me parecem correctas, pois não é legítimo dizer que a indústria tinha 72% de margem e agora fica com 74,8%... isso só aconteceria se os medicamentos não tivessem qualquer custo para a IF!
A verdade é que ninguém conhece a verdadeira margem da indústria, uma vez que os preços dos medicamentos são fixados por critérios económicos e políticos muito particulares e diferentes entre as várias moléculas. Acredito que percentualmente a mossa (leia-se percentagem da margem) que CC provocou à IF seja substancialmente menor que a induzida às farmácias e distribuição. Mas não tenho dúvidas de que a margem da IF também desceu, embora só a própria IF saiba quanto...

NM disse...

falta transparência!!! Porque será que ninguém sabe os custos de produção da IF??? Seria tudo muito mais fácil se se pudese saber a verdadeira margem da IF, mas até prova em contrário, a IF perde (quando perde) sempre menos que os outros parceiros.

Uma coisa é indesmentível, a IF com estas medidas ficou com uma margem superior à que tinha anteriormente (cerca de 2% mais), enquanto farmácias e grossistas perderam cerca de 4,5% e 7% respectivamente.

não me parece válido dizer que a IF, foi a única prejudicada com o abaixamento dos 6%, pois farmácias e grossistas também são afectados. Aliás, Farmácias e grossistas são prejudicados nas margens e no abaixamento de preço, enquanto que a IF só é prejudicada no preço.

Queria lembrar, que as margens das farmácias Portuguesas são as mais baixas da Europa.

Por último, não podia deixar de lembrar mais um dos favores que CC fez à IF. A forma de cálculo do preço dos medicamentos foi alterada, passou a ser considerado, como preço de referência, o preço mais alto de França, Espanha, Itália ou Grécia. Anteriormente era o preço mais baixo entre França, Espanha e Itália.

JFP disse...

Caro vladimiro,

Não querendo voltar às questões de % e quanto vale o quê, quero apenas relembrar-lhe que estamos a falar de margens brutas. A margem líquida da IF, dos Armazenistas e das Farmácias depende, como é óbvio, de muitos factores, custos com pessoal, custos operacionais etc... O que sabemos agora é que logo à partida o valor da margem bruta da IF passou de 72% para 73,40% e passará para 74,88 (segundo proposta de OE 2007). Em relação à margem líquida de cada um dos intervenientes no circuito do medicamento só a ele lhes diz direito e depende da capacidade de gestão de cada empresa. Saber quanto ganham na realidade a IF, os Armazenistas e AS Farmácias a mim não me interessa. Apenas quero realçar que quem mais perde são as empresas nacionais que são alvo de ataques de quem menos se esperaria.
Finalmente a margem da IF aumenta, mas realmente perde no valor absoluto. Perde é só cerca de 3% (valor absoluto) em cada descida de 6% do PVP. Nesse ponto as farmácias e armazenistas perdem cerca de 10-12%.

As contas, a mim, parecem-me fáceis de fazer e ficaria satisfeito se as pudessemos fazer em conjunto para tirar todas as dúvidas/erros que possamos estar a fazer.

Cumprimentos!

Vladimiro Jorge Silva disse...

Caros colegas: eu percebo o espírito das vossas contas - e concordo que com estas medidas a IF passa a ser responsável por 74,8% do preço dos medicamentos. Aliás, não tenho a menor dúvida de que esta facada nas farmácias foi simultanemente um acto de maldade infantil (da parte de CC, que não gostou de ter perdido o precesso que culminou com a assinatura do protocolo com a ANF) e de compensação à IF pela violação do pacto de não descida do preço dos medicamentos.
A discordância que manifestei no comentário anterior era apenas técnica e sob o ponto de vista meramente contabilístico: se o preço a que uma empresa vende um bem desce e os custos de produção se mantêm constantes, não há qualquer forma de evitar que a margem (bruta ou líquida) desça. Evidentemente que desce muito menos do que desceria caso CC não tivesse intervido... mas mesmo assim desce. Aliás, sem ter feito grandes contas, estou convencido que este pequeno decréscimo na margem da IF será "comido" e até ultrapassado pelo crescimento natural do mercado (lei da oferta e da procura: baixa o preço...)...

Um abraço a todos

JFP disse...

Caro colega vladimiro,

Quero deixar claro que muito admiro os seus comentários e julgo que a sua participação neste blog aumenta consideravelmente a sua qualidade.

O drama dos preços/margens é que mexer nas margens indicia uma vontade clara de afunilar o sector.
É também uma situação de carácter definitivo. Por sua vez a descida dos preços não. Estes mais tarde ou mais cedo aumentarão.