terça-feira, julho 11, 2006

Acordo com Associação Nacional de Farmácias foi denunciado pelo Ministério da Saúde


10.07.2006 - 15h31 Lusa -->in Público

O ministro da Saúde, António Correia de Campos, disse hoje que foi o seu ministério que denunciou o acordo vigente com a Associação Nacional de Farmácias (ANF) para o pagamento do valor dos medicamentos comparticipados pelo Estado.

"Isso não é nenhuma novidade. O acordo com ANF tinha de ser denunciado até ao final do primeiro semestre e foi-o silenciosamente. Avisei o presidente [da ANF, João Carlos Cordeiro] calmamente e não há nenhum drama nessa matéria", afirmou Correia de Campos, no final de uma visita ao Hospital Distrital de Faro, onde inaugurou a nova unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC).

Em declarações à edição de hoje do "Diário Económico", Correia de Campos indica que o Ministério da Saúde vai criar um fundo público para pagar o valor da comparticipação dos medicamentos às farmácias sem qualquer atraso, prescindindo da ANF, que até aqui pagava aos seus associados recebendo posteriormente o dinheiro da tutela.

O ministro sublinhou que esse objectivo não é novo, pois já estava previsto na lei do Orçamento de Estado para 2006.

"A lei do Orçamento de Estado para 2006, no seu artigo 8º, determina que não haverá mais intermediação financeira da forma como ela vinha a ser feita. Será só realizado com despacho conjunto do ministro das Finanças e do ministro da Saúde", precisou.

Correia de Campos explicou que, juntamente com o seu colega das Finanças, Teixeira dos Santos, quer "organizar um sistema de intermediação que garanta que os farmacêuticos, os proprietários de farmácias, tenham os seus pagamentos com uma rapidez e condições de custo melhores que as que têm hoje". "É esse o nosso desafio", sublinhou.

O ministro da Saúde respondeu ainda às críticas de que a medida afectaria o poder negocial da ANF, considerando que "não visa retirar poder a ninguém, mas simplesmente a pagar a tempo e horas".

4 comentários:

JFP disse...

Corporativista! :P

JFP disse...

A diferença está apenas na forma de pagamento que CC quer fazer directamente às farmácias. O que aconteceu foi que os associados da ANF conseguiram ultrapassar essa situação ao permitirem que a ANF continuasse a representá-las, não perante o Estado, porque a referida lei não o permite, mas perante a banca, que passou a servir de intermediário dos pagamentos dos Estado.

Engraçado neste processo é ver que CC além de não ter conseguido encostar às cordas os associados da ANF e ter entregue à banca mais algum dinheiro. Isto porque aparece agora a banca no meio de um circuito quanda anteriormente apenas aparecia no fim. De certeza que alguma contrapartida deverá haver. Mas quanto a esse aspecto espero que o caro guidobaldo, que me parece ser muito mais "inisder" nos possa esclarecer.

Cumprimentos

JC disse...

Mais um "repost" político. Provavelmente este ministro pensa q os farmacêuticos têm a memória curta ou que não olham para o lado e que não conhecemos a situação de outros fornecedores do estado. Em primeiro lugar devemos sentirmo-nos lisongeados por sermos os unicos prestadores de serviços ao estado para os quais vai ser criado um fundo para pagar os créditos...LOL,; depois de pensarmos no que se passa com outros serviços prestados ao estado como o caso das análises clínicas em que os laboratórios desta área recebem directamente do estado com um atraso de 9 meses, sem juros, e que por não terem uma associação forte tem de recorrer a serviços de "factoring" e pagar não 1.5% mas sim 4.5% da facturação, muito provavelmente estas intenções do ministro poderão não passar disso mesmo.

Bem Dito disse...

Na minha humilde opinião, continuo a afirmar que deviamos ter de ter a opinião publica do nosso lado....
Discretamente deviamos ter mais intervenção na sociedade, não a promoter (para isso já servem os políticos) mas para trabalhar....
Vamos abrir a porta ao povo
Mas cuidado, muito rápido pode ter efeito preversos.
Já agora: a TV pode derrubar ou criar presidentes....