sexta-feira, julho 07, 2006

Como sou jovem e inocente

Como sou jovem e inocente, ainda tenho uma tendencia inata para o abismo. Manipulados, preços e afins. Acho que é um bom tema para largas horas de reflecções. Gostava de saber a vossa opinião sobre MANIPULADOS.
Para começar: os "boticários" manipulavam, e os actuais farmaceuticos??? Se cada manipulado é próprio para cada doente, acho que a sua produção devia ser estimulada e não destruida. Aguardo bons comentários, mas não do tipo: eu faço, eu não faço....

16 comentários:

Anónimo disse...

Jovem, concordo. Inocente ? O JB, com inocências destas a ex-URSS momtou a estação MIR.

Anónimo disse...

Continuamos centrados no "produto" e não no serviço que tem de acrescentar valor ao "produto".

JFP disse...

Quando o Ben(i)to escreve ...preços... creio que se refere à nova tabela fruto da alteração recente da legislação. Nesse ponto estou, sem dúvida, de acordo com os novos preços. Senão vejamos: vender medicamentos manipulados a preço de custo das matérias primas é redutor, banaliza o medicamento e não entra em linha de conta com o serviço, como realçou fbm, que o farmacêutico deve prestar. Manipula o medicamento e deve também saber explicar o porquÊ de se recorrer a determinado medicamento manipulado, em alternativa a medicamentos existentes.

JFP disse...

... e ninguém deverá trabalhar à borla... O trabalho deve ser sempre remunerado, senão chamar-se-ia voluntariado.

Anónimo disse...

Todo a nossa estratégia deve ser dirigida à alteração de sistema remuneratório farmacêutico.

A remuneração pelos custos de distribuição dos medicamentos, sem a qual não existe acesso, não deve suportar exclusivamente a remuneração do farmacêutico(sistema actualmente existente).

a) A figura de margens regressivas é uma opção, na presença ou ausência de um tecto máximo a partir do qual deixa de haver margem (opção também possível e não mutuamente exclusiva do sistema de margens regressivas).

b) A remuneração por acto - passível de aumentar o "workload" do farmacêutico em função da satisfação do utilizador com a farmácia - fixo por prescrição ou por doente (há aqui múltplas possibilidades) desonera o farmacêutico do interesse directo pelo preço do medicamento o que, em combinação com a alínea anterior aumenta a concorrência pela qualidade e não pelo preço

c) A remuneração por "burden of disease", isto é, de acordo com esqemas de "disease management" em que o aviamento de uma receita obriga à monitorização do doente e à integração e partilha de informação num sistema de informação, com vista a prevenir risco, melhorar outcomes e obter mais favoráveis relações benefício/risco e custo/efectividade.

d) estímulo financeiro inverso na substituição por genérico, com um quadro referêncial profissionalmente objectivado entre Ordens, doentes e estado.

e) Penso que deveríamos caminhar para um MIX dos quatro anteriores, com ponderações diferenciadas, como base da remuneração dos farmacêuticos de oficina.

Contudo quer Ordem quer associações profissionais nunca se dedicaram a estudar profunda e seriamente este assunto, o que também contribuiu para nos conduzir à situação em que estamos: captura pelo neo-liberalismo.

O que este governo quer fazer - competição pelo preço quando o agente alvo (a farmácia) não determina nem a oferta nem a procura - é destruir-nos e por-nos a competir exclusivamente pelo lado do custo da distribuição. O que perante o cidadão colhe integralmente no imediato. Claro que os objectivos estão pré-definidos: entregar ao capital financeiro o designado "negócio do retalho dos medicamentos".


Vamos à discussão e deixemo-nos de falsas soluções.

Abraço
FBM

Bem Dito disse...

não tenho argumentos para a questao dos preços, mas o que aconteceu foi uma cobardia de alguem. Aumentar desta maneira??!!. Certamente já fizeram as contas e qual a % de aumento... Será que o utente percebe que devido a n factores agora tem de pagar pelo mesmo manipulado muito mais?... É preciso ter mais cuidado quando se falam dos doentes. Exemplo básico e simples: Trimetoprim a 1% - no pediatra e no peso no centro de saude,as maes encontram-se e discutem os preços dos leites, das tetinas, do champoo, do Halibut e dos medicamentos do seus rebentos. Quando uma diz que paga 10, a outro 20 e a terceira 45, quem é que ganha com isto - NINGUÉM. Isto dos preços devia ser feito com muito cuidado e foi feita à portuguesa - vamos lá aumentar isto, que o povo está é para pagar e calar. Quem dá a cara por uma lei que não concordo sou eu...

Anónimo disse...

Tem, neste particular o José Ben(i)to toda a razão. Os exemplos suceder-se-iam (pagar 25 euros por misturas 5 ml fenilefrina com 5 ml água destilada ? Mas isto está tudo com os copos ou quê ?).

Vamos é lançar o debate sobre o sistema remuneratório. E que tal se deste debate saísse um documento conjunto a enviar à Ordem ?

Anónimo disse...

O discurso do primeiro ministro no fim do jogo com a Alemanha lembrou-me as letras das canções do Marco Paulo: lidas de cima para baixo ou de baixo para cima têm sempre o mesmo significado.

Bem Dito disse...

CARO NM: quanto ganha à hora um farmaceutico a atender uma delegada "boazona"? Quanto ganha à hora um farmaceutico a atender aquela senhora muito chata que fala vezes sem conta da "porca" da nora e do incompetente do cunhado? Quanto ganha um farmaceutico à hora um farmaceutico a fazer o seu trabalho? Eu acho que é sempre o mesmo quer esteja a manipular, quer estaja a fazer outra qq coisa... Temos é de pensar como criar riqueza com prestações de serviço e não por VENDAS.

JFP disse...

Estamos a fugir ao tema... parece-me. Em relação ao preço dos manipulados eu acho que está certíssimo. Parece-me que ver a questão pelo prisma das vendas e das delegadas é uma forma leviana de ver as coisas. Receber delegados faz parte do trabalho, se é boazona, então melhor. Temos de nos focar nos MANIPULADOS. Em relação aos preços parecem-me correctos, mas se a AdC ouve falar em tabelas... ai ai... que lá se vai a tabela dos manipulados...
Finalmente não se esqueçam que os manipulados deixaram de ser feitos em muitas farmácias por serem demasiado CAROS para quem os fazia...

JFP disse...

Não concordo com esta frase dita atrás A remuneração pelos custos de distribuição dos medicamentos, sem a qual não existe acesso, não deve suportar exclusivamente a remuneração do farmacêutico(sistema actualmente existente).

Porque creio que as farmácias são actualmente os cobradores da Indústria Farmacêutica, isso sim.

Anónimo disse...

Caro jfp:

Quais as diferenças nos custos de distribuição, para a farmácia, entre uma embalagem com PVP de 140 € e uma outra com PVP de 6.50 € ?

Bem Dito disse...

Citando o colega: "Receber delegados faz parte do trabalho", e manipular não faz também parte do trabalhoa.
Nesta conversa só falta o argumento mais utilizado em conversas sobre o assunto: "E o tempo que a empregada de limpeza perde a lavar a "loiça"".

Bem Dito disse...

LUCRO, despesas, Caro, receitas. E o utente fica na rua à espera das 9h00 para aviar o seu medicamento/manipulado.
Para mim a Farmácia tem de circular em direcção ao utente e não o contrário. O meu utente "manda" na minha farmácia. Sem utentes não tenho facturação, não tenho vendas, não tenho encomendas para recepcionar, não tenho MANIPULADOS. E é o utente que paga por isto.Certamente estamos a falar de "trocos" comparando com o serviço prestado. E o utente agradece.

JFP disse...

Acabamos por estar todos a falar no mesmo. O que aconteceu foi que o dinheiro se meteu no meio... ah... e a delegada é verdade!

JFP disse...

E desculpa-me ben(i)to: a empregada ganha tempo a lavar a loiça... se fôr para isso que é paga...